Reportagem

Sem juro, consórcio volta a ser alternativa

Em tempos de carros caros, taxa de juros alta, o consórcio volta a ser uma modalidade interessante para quem quer trocar de carro. Dados da Associação Brasileira das Administradoras de Consórcio, divulgados pela empresa Multimarcas Consórcios, apontam que o setor tem obtido crescimento de 21,5% em relação a 2019. No final de 2020, foram contabilizados 7,83 milhões de consorciados ativos, sendo 3,84 milhões voltados para o consórcio de veículos. “O consórcio tem sido uma alternativa para o brasileiro que precisa se planejar para adquirir seus bens. As altas taxas de juros cobradas pelos financiamentos comuns têm afastado os consumidores dessa modalidade de crédito, ao passo que os consórcios, na maioria das vezes, trazem mensalidades que cabem no bolso do cidadão comum”, avalia Fernando Lamounier, diretor da Multimarcas Consórcios. Segundo o relatório da ABAC de 2022, o consórcio de veículos automotores encerrou o ano com um aumento de 12% de créditos comercializados. E nesse montante não estão apenas carros. É possível adquirir motocicletas, quadriciclos, maquinário agrícola, barcos, implementos rodoviários e até aviões. Por ele foram arrecadados R$143,96 bilhões em negócios, 57,1% do total comercializado por todo o Sistema de Consórcios em 2022. No fim do ano, o número de adesões subiu para 7,49 milhões. Desse total, 56,5% eram voltados para o consórcio de veículos leves, 34,8% nos de motocicletas e 8,7% para veículos pesados. “Os valores de financiamento e empréstimo se tornam impeditivos para quem realmente coloca o custo da dívida na ponta do lápis. O consórcio, por não contar com juros, mas sim com uma taxa de administração, passa imune a esse fenômeno e se torna cada vez mais atrativo”, destaca o executivo.   Da redação Informações assessoria de imprensa

Sem juro, consórcio volta a ser alternativa Read More »

Marrom Laterita: a última mudança do Suzuki Jimny

Jipinho se despediu de vez na linha 2022 e deixou milhares de fãs   Foi em outubro de 2021 que o pequeno Suzuki Jimny recebeu sua ultima mudança na gama: a opção de cor marrom Laterita. A cor foi oferecida já como linha 2022 no modelo que nunca recebeu grandes mudanças no desenho desde que começou a ser produzido no Brasil em 2013. A tonalidade trouxe uma aparência mais robusta ao modelo, bem no DNA 4×4 do Jimny, um dos mais utilizados para a prática do off road no Brasil e que conquistou uma legião de fãs. O tom foi oferecido nas versões 4ALL e 4SPORT para combinar com o grafite presente nos para-choques, para-lamas, no skid plate e nas rodas de liga leve de aro 15 do modelo. Mas foi por pouco tempo, porque logo a produção foi encerrada e o pequeno Jimny se despediu. Junto com o marrom, o azul escuro metálico oferecido antes são as cores mais raras do modelo, produzidas somente nos últimos anos.   Um 4×4 para todas as horas Mais do que um carro, o Jimny ainda hoje está aliado ao estilo de vida aventureiro e descontraído de seus consumidores. Um dos destaques do modelo da Suzuki é a valentia fora de estrada. Tanto o 4ALL e quanto o 4SPORT contam com sistema 4×4. A mudança da tração é feita com um simples toque no botão. 2WD para uso urbano com tração traseira, 4WD com tração nas quatro rodas e 4WD-L, a reduzida, que dobra o torque e permite enfrentar diversos obstáculos off-road. Preparado para enfrentar as mais difíceis situações, o Jimny tem excelente de altura livre do solo, com 200mm, ângulo de entrada de até 45° e de saída até 51º, uma versatilidade para todos os tipos de terreno.   O sistema 4×4 tem roda livre pneumática com caixa de transferência sincronizada e gerenciamento eletrônico. Com isso, é possível fazer a mudança de tração com apenas um toque no botão, que fica localizado no painel. É possível realizar as mudanças entre os modos 2WD e 4WD em velocidades de até 100 km/h. Para o 4WD-L é preciso parar completamente o carro, colocar o câmbio em ponto morto, pisar na embreagem e alinhar o volante. O raio de giro de apenas 4,9 metros, auxilia nas manobras até nos lugares mais estreitos, seja em uma trilha em uma região inóspita, ou mesmo em uma vaga de garagem.   Desempenho e potência As versões 4ALL e 4SPORT, assim como as demais fabricadas no Brasil trazem debaixo do capô o motor em alumínio 1.3L (DOHC) a gasolina, com 16 válvulas, 4 cilindros em linha, 85 cavalos de potência a 6.000 rpm com torque máximo de 11.2 kgf.m a 4.100 rpm e injeção multiponto sequencial. A corrente de comando, velas de longa duração e escape de aço inox garantem confiabilidade para toda a vida útil do veículo. Com a tecnologia do comando variável de válvulas (VVT), otimiza o torque para todas as faixas de rotação. A força é a característica do Jimny, não a velocidade final. Em conjunto com a injeção eletrônica multpoint sequencial, o sistema garante otimização do consumo de combustível. Para um carro com carroceria construída sobre chassi, com uma série de reforços estruturais que agregam peso, as médias de 12,5km/l em rodovia são adequadas. O câmbio de cinco marchas tem relações bem curtas. O giro sobe rápido nas primeiras marchas. Na cidade, quando o carro atinge velocidade de cruzeiro, o motorista já pode usar a quinta marcha para reduzir o giro e poupar combustível. Essa estratégia também desencoraja rodar em altas velocidades. Correr não é para o Jimny e ele deixa isso bem claro. As suspensões dianteira e traseira utilizam molas helicoidais sobre eixo rígido, que garantem custo de manutenção baixo e aumentam a longevidade do veículo.   Segurança e praticidade O Jimny possui barras de proteção lateral, para maior segurança dos passageiros, e o motorista ainda dispõe de coluna de direção retrátil em caso de colisão. Os cintos são de três pontos e encostos de cabeça ajustáveis para todos os ocupantes. Os freios a disco na dianteira possuem as pinças em posição mais elevada. Assim, facilitam a transposição em trechos alagados com eficiência de frenagem no escoamento de água, e evitam retenção de terra ou lama. Na traseira, o freio a tambor com válvula sensível a carga traz controle de frenagem. No interior, o espaço é pequeno e não há ousadia no desenho. O Jimny tem um projeto ergonômico com bancos que possuem diversas configurações, sendo os traseiros bipartidos e rebatíveis com cinco posições de inclinação. Podem formar quase uma cama se os encostos dianteiros forem abaixados com o assento totalmente para frente. É possível até usar em um acampamento. Ar condicionado, vidros, travas e espelhos elétricos estão no pacote. Faróis de neblina quase todos tem, exceto pela versão 4Work no último ano de produção. A direção hidráulica progressiva é pesada comparada com uma elétrica atual. Mas na proposta do Jimny, é adequada.   O problema do shimmy Um defeito crônico no Jimny durante toda a produção foi o surgimento do shimmy, uma trepidação na direção quando o carro começa a desenvolver velocidades mais altas. Em geral, surge entre 70km/h e 80km/h. Acima ou abaixo disso, a vibração some. O defeito pode ser amenizado com a calibragem adequada nos pneus, em 23 ou 24 libras, e a execução do serviço de balanceamento com a roda posicionada no veículo, chamado “balanceamento local”. A instalação de um amortecedor de direção, feita em oficinas especializadas, também faz o problema praticamente desaparecer.

Marrom Laterita: a última mudança do Suzuki Jimny Read More »

Dez anos do híbrido da Toyota

Tecnologia híbrida e etanol são apontados como o futuro da descarbonização   O Toyota Prius comemora em 2023 os dez anos do lançamento no Brasil. Tecnologia até então pouco conhecida no mercado nacional, o veículo foi o pioneiro e principal responsável pelo desenvolvimento e popularização de uma das soluções mais amigas do meio ambiente, a híbrida flex. Com desenho fora do convencional e ainda custando mais caro em relação a outros médios, sete mil unidades do Prius foram comercializadas no Brasil até 2021. O modelo, importado do Japão, teve sua apresentação oficial para o público no Salão de São Paulo, em 2012. Mas, antes mesmo do evento, o Prius já podia ser visto nas ruas paulistanas pelo fato de ter sido incorporado à frota dos táxis “verdes” do município. No total, foram adicionadas 116 unidades do veículo ao programa como parte dos testes da Toyota no mercado. “O Prius cumpriu um importante papel nestes dez anos aqui no Brasil, e abriu caminho para o desenvolvimento da tecnologia híbrida flex, contribuindo no processo de eletrificação do nosso portfólio”, afirma Rafael Chang, presidente da Toyota do Brasil. O carro, equipado com dois motores, um a combustão e outro elétrico, se destacava por sua grande eficiência energética e de combustível, baixa emissão de CO2, e por ser reciclável: 95% do Prius era reutilizável, 85% totalmente reaproveitado e 95% dos componentes da bateria de longa duração poderia ser reaproveitados. Um avanço até os dias de hoje.   Inovação e pioneirismo Dois anos após o início das vendas do Prius no Brasil, em 2015, a Toyota iniciou os trabalhos entre engenheiros brasileiros e japoneses para o desenvolvimento da tecnologia híbrida flex, presente no Corolla e Corolla Cross. O trabalho foi direcionado no sentido de extrair o potencial máximo de cada solução: alta eficiência e baixos níveis de emissões ao utilizar combustível oriundo de fonte 100% renovável. Em setembro de 2018, um investimento de R$ 1 bilhão na fábrica de Indaiatuba, permitiu o primeiro modelo fabricado no Brasil a oferecer a inédita tecnologia híbrida flex no Corolla sedan, em sua versão mais cara. “O Brasil tem um enorme potencial para ser protagonista mundial na descarbonização da frota. O etanol de cana-de-açúcar é o biocombustível com a menor pegada de carbono do mundo. Uma solução limpa e renovável, e que é realidade no País”, destaca Chang. Dois anos após a apresentação do primeiro modelo híbrido flex do mundo fabricado no Brasil, a Toyota lançava o segundo veículo a utilizar a tecnologia, o Corolla Cross. Desde 2019, quando foi lançado o Corolla Sedã, acrescentando o Corolla Cross em 2021, os modelos híbridos flex continuam com o maior market share de eletrificados leves no Brasil, com uma participação de 30% no primeiro trimestre deste ano. No total, foram produzidas no país mais de 60 mil unidades desde o lançamento da tecnologia. Somente na última década, a Toyota investiu R$ 6 bilhões no desenvolvimento de tecnologias, na modernização de suas plantas e na produção dos veículos comercializados no Brasil e exportados região a fora.   O futuro da descarbonização Recentemente, a Toyota deu mais um passo rumo a neutralidade de carbono no Brasil ao firmar a parceria com a Shell Brasil, Raízen, Hytron, Universidade de São Paulo (USP), Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) e Senai CETIQT, e se tornou a primeira montadora automotiva a cooperar no desenvolvimento de hidrogênio renovável a partir do etanol. Para isso, realizará o empréstimo de um Mirai, primeiro carro de série movido a célula combustível (Fuel Cell Electric Vehicle) para a USP, que irá realizar estudos e aplicações dessa tecnologia “do campo à roda”. Esse desenvolvimento faz parte de um conjunto de esforços da companhia no cumprimento de metas ambientais ambiciosas, previstas no seu Desafio Ambiental 2050. Adicionalmente, contribui com a ambição da marca em produzir carros cada vez melhores, a fim de colaborar com a de impactos ambientais causados pelos automóveis, chegando o mais próximo possível ao nível zero de emissão.

Dez anos do híbrido da Toyota Read More »

Álcool ou gasolina? 20 anos do Total Flex

VW foi a primeira a lançar tecnologia para usar dois combustíveis no tanque   A tecnologia que deu ao consumidor brasileiro liberdade de escolha e a possibilidade de optar pelo combustível mais econômico comemora 20 anos. O Total Flex foi desenvolvido no Brasil e apontado internacionalmente como exemplo de contribuição da indústria automobilística à sustentabilidade e à preservação ambiental. A tecnologia Flex, aliás, é apontada como mais eficiente que os carros eléricos. Em março de 2003 a Volkswagen mostrou ao público o Gol Power 1.6 Total Flex, primeiro modelo no país capaz de rodar com gasolina, etanol ou a mistura dos dois combustíveis em qualquer proporção. Substituto do Gol, o Polo Track é o mais novo modelo da marca a ser equipado com a tecnologia. Até mesmo o Taos, fabricado na Argentina, é flex. Desde o lançamento do primeiro modelo Total Flex, a Volkswagen do Brasil já comercializou 8 milhões de veículos flexíveis. Os dados contabilizam as vendas desde março de 2003 a fevereiro de 2023. A investigação da possibilidade de usar misturas de etanol e gasolina iniciou em 1992, juntamente com o desenvolvimento do sistema de injeção de combustível com controle digital. Já no início dos anos 2000, a decisão da Volkswagen em implementar o Total Flex foi suportada pela existência de infraestrutura estabelecida para o etanol, pelo interesse do consumidor, e pela maturidade da tecnologia de controle digital dos motores, desenvolvida ao longo da década de 1990. De lá para cá, muito mudou em termos de tecnologia. A Volkswagen lançou a primeira versão de um carro Flex sem o “tanquinho” no Polo eFlex, em 2009. As rotinas de software ficaram mais sofisticadas, identificando de forma mais segura o combustível e adaptando rapidamente o motor. Há duas décadas, os motores flexíveis continuaram a ser desenvolvidos, visando sempre a maior eficiência energética e, consequentemente, a redução de emissões. Inaugurado recentemente, o Way to Zero Center, localizado na fábrica da Anchieta, é o local de pesquisa que abrange projetos e tecnologias que irão contribuir com a descarbonização do setor automotivo, o que inclui a pesquisa em etanol.   Palavra de quem teve  O editor do portal Eu Dirijo, jornalista Guilherme Rockett, teve uma Parati Track & Field 2005 e um Gol Power 2010, ambos com a tecnologia Total Flex. “Tive a Parati e o Gol na sequência, entre 2012 e 2016. A Parati rodou dos 115 aos 200 mil quilômetros comigo. O Gol foi dos 40 aos cem mil km. Nesse tempo, conto nos dedos as vezes que abasteci com etanol os dois carros. Nunca compensava aqui no Rio Grande do Sul. Mas o funcionamento era normal com qualquer combustível e sem problemas causados por usar um ou outro.” Ao que parece, nesses vinte anos, o país não foi capaz de organizar e incentivar a produção de etanol.  

Álcool ou gasolina? 20 anos do Total Flex Read More »