Há oito anos a Chevrolet anunciava aquela que seria a última atualização do Classic, o último descendente da família Corsa ainda fabricado no Brasil. O modelo ganhou direção hidráulica de série na versão LS e logo se despediu. Originário do Corsa Sedan de primeira geração, o Classic foi mais longe até que o “novo” Corsa, que se despediu em 2012.
Dia desses, um amigo e colega jornalista me manda uma mensagem no Whatsapp:
– Meu, chamei um uber e dizia “Chevrolet Classic”. Pensei que ia vir uma nave. E aí me aparece um “Corsinha“!
O nome tinha pompa mas a história do Classic começa entre 2002 e 2003, quando a segunda geração do Corsa começou a ser fabricada no Brasil. A versão sedã da geração anterior tinha boa aceitação e seguiu em produção como Corsa Classic. A ideia era acostumar o público com a designação do modelo. Mais tarde ele passou a se chamar apenas Classic.
No início, o desenho era exatamente igual ao Corsa de 2000, que já veio com a atualização na dianteira. O Classic era uma mistura de Wind e Super. Tinha painel com conta-giros mas o motor era o 1.0 8 válvulas. Depois chegou a receber o 1.6 e teve até opção de câmbio automático, como o Corsa teve no final dos anos 1990.
Os anos foram passando e o Chevrolet Classic continuava vendendo bem, especialmente para taxistas, em função do custo-benefício e da facilidade da manutenção. Era o sedã mais barato do Brasil. E por ser derivado do Corsa, a facilidade de encontrar peças era e ainda é grande.
As últimas atualizações
Em abril de 2010 chegou a linha 2011 do Chevrolet Classic com novidades estéticas. Foi no momento em que o modelo entrou no grupo de carros comercializados no Brasil que superaram a marca de um milhão de unidades emplacadas. Na época, ele ocupava a terceira posição, perdendo somente para o Fusca e para o Chevette que, na versão sedã, vendeu mais de 1.065.000 unidades, entre 1973 e 1994.
Na dianteira, o Classic recebeu novos faróis, capô com vincos e para-choque redesenhado e envolvente. Outra novidade é a grade frontal, com a gravata dourada na barra cromada. Para completar, as laterais do Chevrolet Classic 2011 ganharam indicadores de direção nos para-lamas dianteiros, na cor cristal, e frisos laterais, retrovisores e maçanetas das portas pintadas na cor do veículo. Uma valorização na lateral que o Corsa Sedan GLS tinha.
A traseira também foi renovada naquele ano. As lanternas ficaram mais envolventes e o parachoque ganhou novas linhas. Até aí, o motor 1.0 já era o Flexpower VHCE com 78 cavalos de potência e 9,7 kgfm de torque, quando abastecido com o álcool e com gasolina, o modelo desenvolvia 77 cavalos de potência e 9,5 kgfm de torque.
Ar condicionado, direção hidráulica e conjunto elétrico eram opcionais até então. Porém com as exigências da lei, em 2013, o Classic ganhou freios ABS e air bags. Para abrigar a bolsa, um novo volante foi instalado e substituiu o de três raios que havia sido usado no primeiro Vectra, foi para o Kadett e terminou nas versões completas do Corsa.

Nesse ano/modelo, o classic podia ser encontrado nas cores Azul Macau e Cinza Mond. Foi nessa mesma época que surgiu a versão Advantage, mais completa e com detalhes mais aprimorados no interior.
O Classic Advantage chegou apenas na cor Cinza Mond mas em 2015, penúltimo ano/modelo de produção, ganhou duas novas opções: Prata Swichblade (metálica) e Branca Summit (sólida). Essa versão já vinha completa, com direção hidráulica, travas e vidros elétricos, chave com controle remoto e alarme anti-furto. Completam a lista as rodas de alumínio de 14 polegadas, o toca CDs com entrada USB e Bluetooth, além dos adesivos de coluna e os retrovisores pintados na cor preto brilhante.
Enquanto isso, a versão LS já tinha recebido ar condicionado de série. Mas foi só no último ano/modelo que a direção hidráulica passou a ser equipamento de série. Em 2016, o Classic tinha ar-condicionado, alerta sonoro de esquecimento dos faróis ligados, conta-giros e preparação para som, ajuste de altura dos cintos dianteiros, desembaçador elétrico do vidro traseiro e banco do carona com porta-revista no dorso.
O modelo preservava calotas integrais de seis raios nas rodas aro 13, além de maçanetas, retrovisores e para-choques pintados na mesma cor da carroceria. Airbag duplo, freios ABS e trava de segurança para crianças nas portas traseiras completam o pacote de entrada. Era simples, mas coerente.
Já não havia mais a versão Advantage e como opcionais estavam vidros e travas elétricas, estas com acionamento por controle remoto. Na época, a Chevrolet ainda destacava o custo-benefício do Classico, com porta-malas 40% maior que o de hatches compactos de mesma faixa de preço.
O Chevrolet também aparecia entre os sedãs mais econômicos do país. Quando abastecido com gasolina, o sedã podia chegar a 900 quilômetros de autonomia em função do baixo peso de 905 kg. O Classic se despediu na linha 2016 e foi o último derivado do Corsa a ser produzido no Brasil, cumprindo com honra a missão que o hatch havia iniciado. Em agosto de 2024, um Classic LS vale R$ 33.059,00 de acordo com a Tabela Fipe.
Reportagem: Guilherme Rockett
Imagens: Media GM