Motor e câmbio com ajuste esportivo, suspensão redesenhada e pensada para condições mais intensas e um ronco nos escapamento. O Fastback Abarth traz o DNA esportivo da marca do escorpião na linha da Stellantis. As melhorias no carro tornaram o modelo bem mais interessante pra quem aprecia a performance. Mas antes de comprar, é preciso pensar se no longo prazo o proprietário vai conviver com tudo isso.
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Por fora, faróis principais e os de neblina são com iluminação em led e a faixa sobre eles imita carbono. Na lateral os apliques são na cor do carro, diferentes dos plásticos sem pintura das outras versões. Teto é preto Assim como os espelhos. As rodas são de 18 polegadas, pensadas para a performance, mas sobre isso falaremos mais adiante.
A traseira tem destaque para o aerofólio sobre a tampa do porta-malas e o emblema ao centro. Na parte inferior, está a saída dupla de escapamento. Dentro do compartimento são 516 litros líquidos, muito espaço para bagagem. O que falta são os ganchos para pendurar sacolas, presentes em outros modelos da Fiat.
Por dentro
No interior, o painel ganhou acabamento que imita fibra de carbono e é suave ao toque na faixa central. Segue lá o friso vermelho, de uma ponta a outra e ainda tem o emblema Abarth. Bancos são em couro sintético com emblemas da marca do escorpião e costuras em tom contrastante. O volante também tem revestimento em couro sintético e usa o miolo antigo do Argo para abrigar o emplema do escorpião.
O cluster é digital de sete polegadas e mostra já na tela inicial o indicador de potência, o indicador de força G e a pressão do turbo. Assim, os Abarth são os únicos que têm a opção de deixar o mostrador completo na tela inicial. A mídia é o sistema U-Connect da Fiat em uma tela de dez polegadas com Android alto e Apple CarPlay sem fio.
Os quatro vidros são elétricos assim como os retrovisores. O ar-condicionado é digital de simples zona comandado tanto pela tela multimídia quanto pelos botões no painel. Em frente à alavanca de câmbio está o carregador de celular por indução com uma saída de ar-condicionado exclusiva pra ele. No em torno da alavanca está o console, que aumenta o requinte do carro mas tira um pouco o espaço das peças pernas dos ocupantes.
Atrás, bom espaço e movimentação de pés adequada. A Fiat usa assentos mais curtos no banco traseiro para aumentar a distância deles para os encostos dianteiros. Já o encosto traseiro é um pouco mais inclinado em relação ao Pulse, melhor para viagens. A chave presencial facilita a entrada e saída do carro e conta com um sensor na maçaneta para que, apenas com o toque, o carro já destrave a porta, sem precisar apertar no botão.
As diferenças para as outras versões
O Fastback Abarth é construído sobre a plataforma MLA. As rodas aro 18 são mais largas e tem construção mais leve. A suspensão ficou cinco milímetros mais baixa em relação aos outros Fastback. Molas e amortecedores têm calibragem específica. Os amortecedores, por sua vez, são 21% mais duros. Tudo isso garante estabilidade e dirigibilidade. O escape duplo e esportivo tem ronco mais aprimorado, exatamente pensado para dar essa ambientação ao carro.
Rodando dentro da cidade, essas características tornam o Fastback mais áspero. Pedras das ruas de paralelepípedo serão sentidas dentro do veículo assim como a passagem por quebra molas ou outros obstáculos. Não é esse o chão dele. É quando você vai para a rodovia e vai rodar em velocidade mais alta que a versão esportiva mostra a que veio. A estabilidade é garantida, aceita a curvas rápidas sem inclinar o carro e com bastante margem para um pé mais pesado.
Motor e câmbio
Embaixo do capô o motor é o 1.3 turbo T 270, com 180 cavalos com gasolina e 27 kgfm de torque. Ele faz de zero a 100 km/h em 7,6 segundos e atinge 220 km/h de velocidade máxima. Acoplado está o câmbio de seis marchas, o mesmo da linha Jeep mas que aqui recebe calibração esportiva e vai fazendo reduções de marcha quando o motorista está reduzindo a velocidade. Com isso, a condução da versão Abarth é sempre com giro mais alto. Dentro da cidade, é preciso tocar na aleta atrás do volante para avançar uma marcha e manter a rotação mais baixa quando a tocada é tranquila.
Dentro da cidade, o consumo fica em torno dos dez quilômetros com litro de gasolina. No teste, chegou aos 13 km/l na rodovia. Se as velocidades forem dentro dos limites, ele vai além. Mas se o modo Poison for utilizado com frequência, aí sim ele vai consumir mais. Nesse modo, mudam a carga da direção, a vetorização do torque com a distribuição maior da força em curvas e o câmbio entra em uma calibração ainda mais esportiva. Com isso, as respostas ficam mais instantâneas e o giro do motor sobe mais.
O Fastback Abarth conta com assistente de evasão de faixa, que devolve o carro ao centro da faixa quando perceber a evasão, e alerta de frenagem de emergência. Nessa condição ele aumenta a carga dos freios para que o mínimo toque produza um efeito maior de frenagem e emite um som para chamar atenção do motorista. Ele não possui controle de Cruzeiro adaptativo e nem alerta de ponto cego nos retrovisores.
Conclusão
Com certeza o acerto do carro é diferenciado e o Abarth é uma versão esportiva “raiz”. A questão que precisa ser avaliada é se o dono vai conviver com tudo isso no longo prazo. Se o objetivo for só o motor mais potente, a versão Limited Edition é mais interessante. Se nada disso for problema, o Abarth é uma opção das mais em conta para quem aprecia performance e precisa de espaço. Em abril de 2024, o Fastback Abarth custa R$161.000. Por toda a imersão que oferece, é difícil encontrar um carro com uma proposta verdadeiramente esportiva nessa mesma faixa. É exatamente a forma como a Fiat mostra o seu conhecimento em transformar os modelos de rua em versões mais aperfeiçoadas.
Reportagem e imagens: Guilherme Rockett