A Nissan voltou a vender o sedã médio Sentra no Brasil e trouxe um rival à altura para o Toyota Corolla. Econômico, cheio de assistências e com um acabamento digno de carros premium, o sedã tem bons atributos para garantir posição no mercado.
O sedã chega em duas versões: a Advance por R$150.000 e a Exclusive, por R$175.000, quando inclui o único opcional: o interior em couro marrom. Foi esta versão que o canal Veículos & Velocidade avaliou em parceria com a concessionária Nissan do grupo Iesa de Porto Alegre.
Veja o vídeo aqui: https://youtu.be/qKtKM8aLWqw
Por fora, o Sentra tem silhueta de carro baixo e linhas com vincos na lateral que dão certa musculatura. A dianteira tem iluminação em led nos faróis principais e nos auxiliares de neblina. O formato em V da grade é inspirado nos sedãs maiores da marca, como o Altima. Na traseira, o caimento suave da coluna lembra um estilo mais coupé. As lanternas são com iluminação convencional e avançam para o centro da tampa do porta-malas. O compartimento tem 466L.
Por dentro, o acabamento da versão Exclusive impressiona e não deixa a desejar quando se compara com modelos alemães de marcas premium. O toque do couro e dos encaixes é perfeito e suave. Bancos tem costuras com formato de losango e sistema que a Nissan chama de Zero Gravidade, para não cansar motorista e ocupantes. O painel repete o bom acabamento mas a tela multimídia tem resolução apenas razoável e funções mínimas. É no cluster, no painel de instrumentos, em que se controlam todas as funções do carro.
Ao volante, o motorista da versão Exclusive conta com assistente de manutenção de faixa. Esse item não atua na direção elétrica e sim nos freios. Quando ele percebe que o carro está se evadindo para um dos lados, aplica carga nos freios da roda oposta para que o carro corrija a trajetória.
O modelo também tem alerta de frenagem de emergência. Uma situação no trânsito da avenida terceira perimetral em Porto Alegre colocou o sistema à prova. Um bipe foi emitido para chamar a atenção do motorista. Se não houvesse reação, ele aplicaria uma carga nos freios para tentar evitar ou reduzir o dano em uma colisão. O alerta de ponto cego, por sua vez, tem luzes dentro do veículo e não no próprio retrovisor externo, como é comum.
Motor aspirado e ciclo Atkinson
O motor 2.0 desta nova geração é um dos destaques. Aspirado, ele funciona em ciclo Atkinson, diferente do padrão dos carros que é em ciclo Otto. Desta forma, ele mantém a válvula de admissão aberta por mais tempo, mesmo na compressão dos cilindros. Assim, o movimento dos pistões fica mais suave. O propósito dessa configuração é a economia de combustível sobre o desempenho. Dentro da cidade, o Sentra chegou a fazer 13 km/l de gasolina, único combustível que pode ser utilizado.
Em um percurso rápido de estrada, a marca chegou aos 19 km/l na média de consumo. Números excelentes para um sedã maior. Por outro lado, o desempenho não oferece respostas imediatas. O ganho de velocidade acontece de forma mais linear, sem fazer o motorista grudar no encosto.
A suspensão é confortável, mas ainda assim com a firmeza suficiente para fazer o carro inclinar pouco em curvas e obedecer o comando do motorista. Em ruas com piso irregular, um pouco da imperfeição é sentida pelo motorista. Mas isso é amenizado pelos bancos confortáveis e o espaço interno. Atrás, aliás, o conforto é do sofá da sala de casa.
No fim do percurso, fica evidente que o Nissan Sentra tem acabamento superior ao Chevrolet Cruze e atributos para deixar o candidato a dono de Corolla em dúvida antes de fechar o negócio.