Duster: detalhes que fazem diferença

A linha 2025 do Renault Duster recebeu mudanças que fazem diferença mais para quem usa do que para quem vê. Ainda assim o modelo segue como uma das melhores opções para quem quer busca um crossover mais próximo de um SUV raiz.

Veja nosso review em vídeo no canal da plataforma EU DIRIJO:

 

Por fora, uma olhada rápida dá a entender que há mudanças. Porém, vai ser preciso um pouco mais de atenção para perceber que faróis têm novo desenho com rearranjo da luz de condução diurna e também bloco em led para a luz baixa. Isso melhora muito a iluminação à noite. A grade tem menos elementos cromados o que dá um aspecto mais esportivo.

A versão Iconic Plus pode receber os faróis de milha acoplados no para-choque de impulsão, dentro do chamado kit Outsider. Isso reforça a imponência da dianteira do carro. Os faróis de neblina seguem instalados na parte inferior do para-choque e são de série nas duas versões. Essa área não tem pintura e realça o aspecto aventureiro.

 

Na lateral estão rodas novas apenas para a versão Iconic Plus, diamantadas em tom escurecido. A versão Intense Plus, intermediária e agora porta de entrada, permanece com o desenho que já tinha. Na traseira, o redesenho acabou com a polêmica nas lanternas. Elas receberam elementos em led diferentes do Jeep Renegade e que já poderiam ter sido pensadas assim desde quando essa nova geração chegou.

O exterior do Renault Duster segue com o estilo clássico mais próximo de um SUV raiz. E até a gente pode chama-lo de SUV aqui na plataforma Eu Dirijo, por conta dos ângulos de ataque de 30 graus, saída de 34,5 graus e a elevada altura do solo de quase 24 centímetros.

 

Interior

Por dentro, a nova geração trouxe muito mais requinte com acabamento de porta com tecido e material em couro, assim como os bancos. A versão Iconic Plus tem revestimento totalmente em couro. Já a versão Intense também tem aplique de couro e mescla com tecido, de boa qualidade e impressão.

O painel com linhas horizontais recebe acabamentos em metal e a tela de mídia central. O cluster tem instrumentos analógicos e uma tela central monocromática que reúne informações de computador de bordo, modo de condução e ainda os controles do controle de cruzeiro e limitador de velocidade.

O porta-malas tem 475 litros e é forrado em carpete. Tem ganchos para pendurar sacola e iluminação. No banco de trás, o espaço surpreende negativamente. É que pelo porte do carro, se espera mais. Há menos área para as pernas do que no Fiat Cronos por exemplo. No entanto isso não deixa desconfortável. Banco acomoda bem, e repete o revestimento dos dianteiros. A perda fica por conta do acabamento das portas, que tem apenas plástico para quem vai atrás.

Motor

A versão Iconic Plus pode ser equipada com o motor 1.3 turbo TCe. Esse propulsor está em linha com o que há há mais atual na gama da Renault. É alimentado por turbo, tem válvula West Gate eletrônica e um aprimoramento na parte interna dos cilindros para reduzir atrito. O bloco também tem formato delta, para reduzir a massa e chegar a uma temperatura ideal de funcionamento mais cedo. Tudo isso quer ajudar a economizar combustível. Na prática o que a gente vê é um desempenho bem superior ao 1.6 16 válvulas e um consumo ligeiramente melhor.

Acelerando o 1.3 turbo, o ganho de velocidade é progressivo e não tão instantâneo quando a gente compara com o propulsor T270 da Stellantis, que dá a sensação de uma entrega mais imediata.

É uma característica do carro da Renault ser mais suave e a proposta aqui não é esportividade, ainda que ambos os motores tenham números parecidos. O 1.3 turbo TCe gera 170 cavalos e 27,5 kfgm torque.

Dirigir o Duster na cidade não é uma tarefa difícil, ainda que o carro instigue proporções maiores. A boa altura do solo faz ele passar imune em ruas esburacadas e lombadas. Também não traz medo para enfrentar alagamento. Além disso, deixa o motorista olhando o trânsito por cima, característica que muitos concorrentes já perderam.

Para quem sai de um Duster da geração anterior, o upgrade em termos de acabamento é muito grande, fazendo o dono pensar que está em um carro diferente, de categoria superior. Além disso, o modelo também está silencioso e não replica para dentro o ruído da rua.

Tela multimídia tem pareamento com celulares sem fio. Esse conforto é adicionado ao carregador de celular por indução, de série na versão Iconic. Outro equipamento exclusivo da versão topo é o indicador de ponto cego nos retrovisores e o sistema de câmeras 360 graus, com imagem traseira, fontal e das duas laterais.

Mas mesmo a Intense Plus já tem controle de cruzeiro até na versão manual. Também tem sistema start stop e assistente de partida em rampa. Soluções que facilitam o uso.

Conclusão

O Duster segue sendo um bom carro pra quem precisa de espaço. Mas é melhor ainda para quem gosta do estilo mais tradicional dos modelos SUV, que muitos concorrentes hoje perderam. Ele ganhou requinte e foi bastante aprimorado na geração atual. O problema é que o preço acompanhou toda essa evolução. Hoje, o modelo se tornou menos acessível, assim como quase todos os outros carros também se tornaram.

Segundo o site da Renault, a versão Intense manual mais barata fica em R$ 125,9 mil na cor preta, sem custo. O modelo avaliado, Iconic Plus, cor cinza Cassiopée, motor Turbo e o pack Outsider deixam o carro em R$ 161,7 mil. A consulta foi feita em maio de 2024.

Reportagem: Guilherme Rockett